Recentemente ocorreu o comité de investimento do Banco Best, onde foram analisados os acontecimentos económicos mais recentes e definida a visão sobre as diferentes classes de ativos de investimento.
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A liquidez continua a ser um instrumento de proteção num ambiente de incerteza crescente, o que justifica uma posição neutral nesta classe, tendo em conta o equilíbrio entre rendibilidade e segurança.
Mantemos uma visão positiva, com destaque para ouro, ativos reais e estratégias de retorno absoluto como diversificadores eficazes num contexto de incerteza e volatilidade.
Na Europa, a inflação mais baixa abre espaço para cortes de
taxas, embora o aumento da despesa em defesa limite a incorporação
na curva dessa perspetiva na curva.
Nos EUA, os títulos de curto prazo podem beneficiar dos
esperados cortes, enquanto os de longo prazo reagem à deterioração
fiscal e à incerteza política.
Os spreads de crédito alargaram de forma moderada, mas o
segmento High Yield mostra maior sensibilidade ao
risco de recessão.
Já a dívida de mercados emergentes beneficia de taxas locais
elevadas, espaço para estímulos e um dólar mais fraco. Mantemos o
posicionamento em todas as classes.
Nos EUA, as valorizações continuam elevadas, sustentadas por
expectativas de lucros ambiciosas, apesar de sinais de desaceleração
económica. A incerteza política e fiscal, aliada ao impacto
potencial das tarifas, agrava o risco de correções pelo que
alteramos o posicionamento, taticamente, para negativo.
Na Europa, as valorizações continuam razoáveis e há margem
para estímulos orçamentais e monetários, o que ajuda a mitigar os
efeitos negativos do conflito comercial com os EUA.
Nos mercados emergentes, os fundamentos mantêm-se sólidos,
mas os riscos vindos da China — como a fragilidade do consumo e do
setor imobiliário — justificam uma abordagem mais prudente
Estados Unidos: A economia continua resiliente,
com atividade e emprego fortes. Apesar disso, as tarifas
de 15%-50% a entrar em vigor em agosto já estão a
pressionar a inflação subjacente e os resultados das
empresas. O mercado ainda antecipa 4 a 5 cortes na taxa
diretora da Fed até ao final de 2026.
Zona Euro: Apesar de um crescimento baixo, a
atividade mostra alguns sinais positivos: recuperação da
produção industrial, desemprego baixo, melhoria no
sentimento. O BCE mostra-se mais cauteloso, mas
admite-se um corte adicional dos juros de referência
neste ciclo, especialmente se o euro se valorizar e a
procura for afetada pelas tarifas.
Riscos globais: Apesar de efeitos pouco visíveis
até agora, as tarifas estão já a afetar os fluxos
comerciais e as margens das empresas. O seu impacto
adverso deverá ser partilhado por exportadores,
importadores e consumidores. Outros riscos incluem
preocupações orçamentais em países como Japão e França,
e pressões deflacionistas persistentes na China.
Volatilidade e incerteza política: Apesar do
ruído relativo às tarifas e à independência da Fed, os
mercados têm reagido com relativa complacência. A
analogia com o espetáculo do Wrestling dos EUA, ilustra
bem a perceção dos investidores: os riscos são
encenados, mas com potencial de impacto real.
Ações globais: As ações norte-americanas
continuam a valorizar, aparentando uma desconexão com os
impactos de valorizações elevadas e uma economia em
desaceleração. Já as ações europeias e emergentes
apresentam fundamentos sólidos e valorizações atrativas,
a que se adiciona o potencial suporte de estímulos
monetários e fiscais.
Obrigações: Os títulos de dívida têm oferecido
estabilidade e rendimento, mas a incerteza sobre a
trajetória da inflação e da política monetária nos EUA
mantém os rendimentos voláteis. A recente subida das
yields de longo prazo reflete receios sobre a
independência da Fed e o aumento do défice orçamental.
Agosto marcou um crescente foco na Decisão da Fed de 17 de setembro
Para que não perca de vista o que de mais importante se passou neste mês, destacamos de forma sucinta os principais acontecimentos que marcaram a economia global e os mercados financeiros.
Gerome Powell: em Jackson Hole abriu a porta a uma descida dos juros de referência.
Trump: tenciona demitir Lisa Cook (Governadora da Fed) por justa causa, alimentando receios sobre a perda de independência da Reserva Federal.
Instabilidade política em França: o 1º ministro Bayrou apresentou uma moção de confiança, a ser votada no Parlamento a 8 de setembro. Mercado antecipou chumbo desta moção.
Foco na decisão da Fed
Só a Fed parece fazer frente ao protagonismo
de Trump em 2025. Tudo aponta para que este
confronto tenha o seu pico a 17 de setembro.
A forma como Gerome Powell irá comunicar a
decisão da política monetária, ditará se o
confronto entre ambos escala ou regressa à
normalidade.
Ao nível da economia global, o mês foi marcado pelos seguintes fatores e acontecimentos:
EUA: Crescimento do PIB dos EUA no 2Q revisto em alta, de 3% para 3,3%, vs. -0,5% no 1Q. A inflação medida pelo deflator core das despesas de consumo pessoal subiu em julho de 2,8% para 2,9% YoY. Confiança do consumidor recua de 61,7 para 58,2. PMI Compósito subiu em agosto para um máximo do ano, sinalizando uma ligeira aceleração da atividade via indústria e serviços.
ZONA EURO: O PMI Compósito subiu. em agosto, de 50,9 para 51,1 (em máximos de 15 meses). Com a indústria a regressar a terreno de expansão e os serviços a desacelerar. As exportações da UE para EUA e China caem 10,3% e 12,7% YoY. Já as importações da China para a UE sobem 16,7% YoY.
O acompanhamento da evolução dos mercados financeiros, a par da diversificação de investimentos, é um pilar base para a construção de uma carteira de investimentos adequada. Saiba resumidamente o que marcou os diferentes mercados este mês.
AÇÕES: mês positivo, mas com muitas preocupações para os investidores: de novas tarifas por parte dos EUA; desânimo com os esforços de paz Ucrânia; com a rentabilidade dos avultados investimentos em IA e regresso da instabilidade política em França. No entanto, estas preocupações foram superadas pelos fatores positivos: earnings season melhor que o previsto (muito alavancada pelos excelentes resultados das Big Techs) e reforço das expetativas de cortes de juros pela Fed. Destaque para as small & mid caps EUA (beneficiam dos esperados corte dos juros) e das ações chinesas (face à forte procura global).
OBRIGAÇÕES: mês com muita volatilidade na dívida dos EUA, reagindo às alterações das expetativas em relação à decisão a tomar pela Fed em relação à taxa de juro na próxima reunião a 17 de setembro. À medida que a probabilidade pelo corte aumentava, as yields desciam, com maior destaque para as de curto prazo, o que levou ao aumento da inclinação da curva de rendimentos. A provável manutenção dos juros pelo BCE, além da instabilidade política em França, levou as yields da dívida europeia a ter o movimento inverso às congéneres dos EUA.
CÂMBIOS: Após a divulgação de dados económicos dos EUA que reforçam a expetativa de cortes nas Fed Funds, o dólar perdeu terreno face às moedas dos seus parceiros comerciais.
MATÉRIAS-PRIMAS: novas incertezas económicas causadas pelas tarifas, dados de emprego mais fracos nos EUA e maior probabilidade da Fed cortar as Fed Funds, levaram o petróleo a desvalorizar e o ouro a aproximar-se do seu máximo histórico.
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