Recentemente ocorreu o comité de investimento do Banco Best, onde foram analisados os acontecimentos económicos mais recentes e definida a visão sobre as diferentes classes de ativos de investimento.
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Ligeiramente Positivo
Neutro
Ligeiramente Negativo
Mantém-se uma visão neutra. A liquidez continua a ser um elemento estabilizador, mas o risco de reinvestimento é elevado, dada a expectativa de cortes adicionais nas taxas de juro.
Mantêm-se como componente estabilizadora num ambiente de riscos assimétricos e incerteza geopolítica.
Governamentais (Europa e EUA): Neutro. Na Europa, o corte de taxas pelo BCE e a
perspetiva de estímulos fiscais equilibram os riscos. Nos EUA, apesar das yields atrativas, a incerteza fiscal e comercial justifica cautela.
Investment Grade: Neutro. Os fundamentos continuam sólidos, mas os spreads
comprimidos limitam o potencial.
High Yield: Subponderado. A sensibilidade ao ciclo económico e os spreads
historicamente caros não compensam o risco adicional.
Dívida Emergente: Sobreponderado. Valorizações atrativas, yields reais elevadas e menor correlação com ativos desenvolvidos sustentam a preferência por este segmento.
Europeias: Neutro. O ambiente de estímulo monetário e fiscal é favorável, mas a confiança
do consumidor e os riscos geopolíticos limitam o entusiasmo.
Americanas: Neutro. A incerteza política e fiscal, aliada à ausência de guidance
empresarial, justifica uma postura prudente.
Globais: Neutro. A elevada incerteza e as avaliações exigentes, sobretudo nos EUA,
recomendam moderação.
Emergentes: Neutro. A recuperação desigual da China e as tensões comerciais são
compensadas por um dólar mais fraco e valorações atrativas.
A incerteza global intensificou-se no último mês, com destaque para a
escalada do conflito entre Israel e Irão e o impacto potencial no fornecimento energético. Apesar da reação contida dos mercados, os riscos de estagflação aumentaram, refletindo-se na subida dos preços do petróleo e na maior volatilidade dos ativos financeiros.
Nos EUA, a política comercial continua a ser um fator de instabilidade. A aproximação do fim da trégua tarifária com a China (8 de julho) e a ameaça de novas tarifas sobre a Europa mantêm os investidores cautelosos. A economia mostra sinais mistos: o mercado de trabalho permanece resiliente, mas os indicadores de confiança e atividade industrial enfraqueceram. A Fed mantém-se em modo de espera, com o mercado a antecipar cortes de taxas no final do ano.
Na Europa, o crescimento económico surpreendeu positivamente no 1.º trimestre, impulsionado pelo investimento e exportações. A inflação continua a desacelerar, permitindo ao BCE cortar as taxas em junho. A expectativa de mais estímulos fiscais na Alemanha e a valorização do euro reforçam o cenário de recuperação gradual, apesar dos riscos externos.
Os mercados financeiros mantiveram-se relativamente estáveis, apesar do aumento da incerteza geopolítica. A trégua comercial e a expectativa de estímulos monetários e fiscais sustentaram o apetite por risco. No entanto, a ausência de visibilidade sobre a política económica dos EUA e o risco de reversão tarifária limitam o otimismo.
As ações globais, continuam a beneficiar de liquidez abundante, mas as avaliações elevadas e a falta de guidance por parte das empresas justificam uma abordagem prudente. No mercado obrigacionista, os spreads de crédito estabilizaram, mas os riscos macroeconómicos persistem. A dívida emergente mantém-se como destaque positivo, apoiada por yields atrativas, inflação controlada e um dólar mais fraco.
Otimismo com a contenção no Conflito Israel/Irão e com Avanços dos Acordos Tarifários
Para que não perca de vista o que de mais importante se passou neste mês, destacamos de forma sucinta os principais acontecimentos que marcaram a economia global e os mercados financeiros.
Conflito no Médio Oriente: Israel e EUA fizeram diversos ataques a instalações nucleares do Irão, que retaliou com misseis contra Israel. O conflito foi contido, face à falta de apoio imediato ao Irão.
Acordo no G7: isenção às multinacionais dos EUA da tributação de 15% sem lucros locais. EUA não vão tributar rendimentos de ativos a não residentes.
Tarifas: divulgação dos avanços nas negociações bilaterais tranquilizam os mercados financeiros.
Wall street renasce
Após 100 dias difíceis em 2025, que quase levaram as suas ações a um bear market, as ações dos EUA recuperam desde meados de abril. O mercado valoriza a solidez da economia dos EUA. No entanto, há quem pense que se trata de uma exuberância irracional.
Ao nível da economia global, o mês foi marcado pelos seguintes fatores e acontecimentos:
EUA: confiança dos consumidores recuou em junho (70% inquiridos preveem recessão). O PCE core de maio, subiu acima do esperado (0,2% MoM; 2,7% YoY). As vendas a retalho caíram 0,9% MoM (vs. -0,7% estimado.). Produção industrial: -0,2% MoM.
ZONA EURO: PMIs de junho sinalizam crescimento baixo, mas relativamente estabilizado (indústria nos 49,4-retração ligeira; serviços 50,2-expansão ligeira). Inflação core (maio): 2,3% YoY (2,3% esp.). Custos salariais (1T): 3,4% YoY (vs. 4,1% ant.).
CHINA: em maio, as exportações desaceleraram (8,1% para 4,8% YoY), refletindo a sua redução para os EUA (-34,5% YoY-parte foi canalisada para ASEAN, UE e Austrália). A inflação manteve-se negativa.
O acompanhamento da evolução dos mercados financeiros, a par da diversificação de investimentos, é um pilar base para a construção de uma carteira de investimentos adequada. Saiba resumidamente o que marcou os diferentes mercados este mês.
AÇÕES: mesmo num cenário de elevada incerteza económica e geopolítica, Wall Street atingiu novos máximos históricos, encurtando a diferença de desempenho face às ações europeias. Este movimento reforçou-se após a redução das tensões no Médio Oriente; comentários dovish de vários membros da Fed e de notícias de avanços nos acordos comerciais bilaterais (expl. EUA e China). As ações europeias também reagiram ao cessar-fogo entre Israel e o Irão (que reduziu o preço da energia); à redução dos receios de um conflito comercial com os EUA e aos sinais de dinamização com a promessa de estímulo económico alemão e gastos com defesa pelos membros da NATO.
OBRIGAÇÕES: em junho, as yields das Treasuries desceram, em resposta a dados macro mais fracos, bem como a comentários dovish de vários membros da Fed. Já na Zona Euro, as yields subiram, face à expetativa de política orçamental expansionista alemã, além da meta de 5% do PIB para a despesa em defesa por parte dos membros da NATO.
CÂMBIOS: continuação da queda do dólar (em mínimos de 3 anos), justificada pela incerteza da economia dos EUA e pela imprevisibilidade da Administração Trump. O que levou os investidores a reduzir as suas “sobre-exposições” ao dólar.
MATÉRIAS-PRIMAS: depois de ter chegado a tocar nos 80 USD/barril, o petróleo registou uma forte queda (65-67 USD). Este movimento justifica-se pelo alívio das tensões no Médio Oriente. O gás natural na Europa acompanhou este movimento.
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